quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Os piores métodos de tortura utilizados pela Inquisição

"Não permitirás que viva uma feiticeira".
(Êxodo – Cap. XXII – Versículo XVIII)


Idade Média. Tempo de cavaleiros, reis, rainhas, e claro muito sangue, advindos não só das típicas batalhas daquela época, mas também, de alguns métodos de tortura bem bizarros. Isso mesmo, as torturas eram administrada pela Igreja Católica que, criou o Tribunal do Santo Ofício (que parece menos inofensivo se chamado por seu nome mais conhecido: Inquisição), que não por coincidência foi criado na mesma época que o protestantismo começou a assombrar a supremacia dos Católicos, por volta do século XVI. O tribunal, que de santo só tem o nome,  foi criado para perseguir os hereges, aqueles que contrariavam os dogmas da igreja, como os mentirosos, adúlteros, os acusados de "bruxaria" ou simplesmente aqueles que apareciam com uma explicação científica para substituir a explicação religiosa tradicional imposta pela igreja. Um exemplo de um famoso herege foi Galileu Galilei que, para não ser morto, teve de voltar atrás nas suas descobertas sobre a questão da translação da Terra, porque suas teorias iam de encontro ao pensamento (errôneo) imposto pela Igreja de que a terra era o centro do universo.

Durante a atuação da Santa Inquisição em toda a Idade Média, a tortura era um recurso utilizado também para extrair confissões dos acusados de pequenos delitos, até crimes mais graves. Diversos métodos de tortura foram desenvolvidos ao longo dos anos. Os métodos de tortura mais agressivos eram reservados àqueles que provavelmente seriam condenados à morte. 

Além de aparelhos mais sofisticados e de alto custo, utilizava-se também instrumentos simples como tesouras, alicates, garras metálicas que destroçavam seios e mutilavam órgãos genitais, chicotes, instrumentos de carpintaria adaptados, ou apenas barras de ferro aquecidas. Há ainda, instrumentos usados para simples imobilização da vítima. No caso específico da Santa Inquisição, os acusados eram, geralmente, torturados até que admitissem ligações com Satã e práticas obscenas. Se um acusado denunciasse outras pessoas, poderia ter uma execução menos cruel. 

Os inquisidores utilizavam-se de diversos recursos para extrair confissões ou "comprovar" que o acusado era feiticeiro. Segundo registros, as vítimas mulheres eram totalmente depiladas pelos torturadores que procuravam um suposto sinal de Satã, que podia ser uma verruga, uma mancha na pele, mamilos excessivamente enrugados (neste caso, os mamilos representariam a prova de que a bruxa "amamentava" os demônios) etc. Mas este sinal poderia ser invisível aos olhos dos torturadores. Neste caso, o "sinal" seria uma parte insensível do corpo, ou uma parte que se ferida, não verteria sangue. Assim, os torturadores espetavam todo o corpo da vítima usando pregos e lâminas, à procura do suposto sinal. 

No Liber Sententiarum Inquisitionis (Livro das Sentenças da Inquisição) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331) descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro. Dentre os descritos na obra e utilizados comumente, encontra-se tortura física através de aparelhos, como a Virgem de Ferro e a Roda do Despedaçamento; através de humilhação pública, como as Máscaras do Escárnio, além de torturas psicológicas como obrigar a vítima a ingerir urina e excrementos. 

De uma forma geral, as execuções eram realizadas em praças públicas e tornava-se um evento onde nobres e plebeus deliciavam-se com a súplica das torturas e, conseqüentemente, a execução das vítimas. Atualmente, há dispostos em diversos museus do mundo, ferramentas e aparelhos utilizados para a tortura. Neste post, vocês verão alguns desses métodos de tortura, que lembram até o filme Jogos Mortais!

Roda do Despedaçamento


Uma roda onde o acusado é amarrado na parte externa. Abaixo da roda há uma bandeja metálica na qual ficavam depositadas a brasas. À medida que a roda se movimentava em torno do próprio eixo, o acusado era queimado pelo calor produzido pelas brasas. Por vezes, as brasas eram substituídas por agulhas metálicas. Este método foi utilizado entre 1100 e 1700 em países como Inglaterra, Holanda e Alemanha.

Dama de Ferro


A Dama de Ferro (Iron Maiden) é uma espécie de sarcófago com espinhos metálicos na face interna das portas. Estes espinhos não atingiam os órgãos vitais da vítima, com a intenção de atrasar a morte e prolongar o sofrimento da vítima, que feria-se gravemente. Geralmente as regiões furadas eram os olhos, braços, pernas, barriga, peito e nádegas. Mesmo sendo um método de tortura, era comum que as vítimas fossem deixadas lá por vários dias, até que morressem. A primeira referência confiável de uma execução com a Dama de Ferro, data de 14 de Agosto de 1515. A vítima era um falsificador de moedas.

Curiosidade: Foi dai que saiu o nome da banda de Heavy Metal "Iron Maiden", que tem muitas letras de suas musicas baseadas em filmes de terror.

Berço de Judas


Esse instrumento de tortura consistia unicamente por um assento em forma de pirâmide e bastante pontiagudo sustentado por hastes. A vítima, geralmente nua, era presa por cordas e colocada "sentada" sobre a ponta da pirâmide. O peso do corpo pressionava e feria o ânus (no caso dos homossexuais) ou a vagina (no caso das adúlteras). Se a pessoa demorasse a morrer, poderiam ser amarrados pesos nas suas pernas, para dar uma acelerada no processo. Mas se quisessem o efeito contrário, a vítima sofria sozinha lá durante dias até morrer. Sem falar que nunca lavavam o aparelho, o que produzia infecções.

Garfo


Haste metálica com duas pontas em cada extremidade semelhantes a um garfo. Presa por uma tira de couro ao pescoço da vítima, o garfo pressiona e perfura a região abaixo do maxilar e acima do tórax, impedindo a pessoa de abrir a boca para falar. Este instrumento era usado como penitência para os mentirosos, principalmente.

Arranca Seios


Este é um instrumento usado primordialmente em mulheres, geralmente acusadas de abortos ou de adulterarem. Seu uso era simples, e consistia em esquentar o aparelho numa fogueira, prende-lo no seio exposto da vítima, e depois arranca-lo vagarosa ou lentamente, dependendo do que o inquisidor queria causar. Logo depois se deixava a mulher sangrando para que pudesse morrer de hemorragia, ou que fosse levada a loucura pela dor.

Esmagador de Cabeças


Como um capacete, a parte superior deste mecanismo pressiona, através de uma rosca girada pelo executor, a cabeça da vítima, de encontro a uma base na qual encaixa-se o maxilar. Primeiro os dentes eram destruídos. Então, os olhos são espremidos das órbitas, algumas versões tinham recipientes especiais para pegá-los. Apesar de ser um instrumento de tortura, há registros de vítimas fatais que tiveram os crânios, literalmente, esmagados por este processo. Neste caso, o maxilar, por ser menos resistente, é destruído primeiro; logo após, o crânio rompe-se deixando fluir a massa cerebral.

Serra


A imagem já explica toda a diabrura desse instrumento, mas tem um adendo: o fato da vítima ser virada de cabeça pra baixo tem uma explicação científica. Com o sangue descendo todo para o cérebro, a vítima não desmaiava enquanto sofria de dores extremas, como é normal no corpo humano. Ao invés disso, ela só morria quando a serra chegava no abdômen, quando os serradores paravam, e esperavam que a pessoa terminasse sua agonia, o que poderia durar horas. Seu uso era muito incentivado pelo fato de serras serem baratas e facilmente encontradas em muitos cantos.

Pêra


Instrumento metálico em formato semelhante à fruta. Dependendo do crime, a “pêra” era inserida em uma parte diferente do corpo do criminoso e expandia-se gradativamente. As mulheres geralmente tinham a tortura realizada através da vagina, os homossexuais através do ânus e os mentirosos e blasfemadores através da boca.

Cadeira da Bruxa


Para retirar confissões de bruxaria, torturadores sentavam mulheres nuas nestas cadeiras que tinham os descansos dos braços e das costas revestidos de espinhos de ferro. Além do próprio peso do corpo, cintos de couro pressionavam a vítima contra os pregos intensificando o sofrimento. Em outras versões, a cadeira possuía uma bandeja na parte inferior, onde se depositava brasas. Assim, além da perfuração pelos pregos, a vítima também sofria com queimaduras provocadas pelo calor das brasas. Algumas vezes as sessões de tortura duravam mais de 24 horas e nenhuma confissão era feita. O que provava a bruxaria da mulher, que era punida com a morte.

The Rack


Um "clássico da tortura", o Rack pode ter tido origem no mito grego do bandido Procrustos. Segundo a lenda ele tinha uma cama de ferro na qual ele convidava os estrangeiros a se deitar, se eles fossem menores do que a cama, Procrustos esticava-os até que coubessem exatamente.E é assim mesmo que funciona o Rack. Os pulsos e tornozelos da vítima eram amarrados e puxados em sentidos contrários esticando o torturado até seus ossos se deslocarem, suas peles rasgarem e seus membros deceparem, fazendo com que a pessoa morresse de hemorragia.

O Burro Espanhol


A vítima era colocada nua em uma sela de madeira em forma de V e com pesos  acorrentadas a seus pés, forçando o corpo da vítima para baixo, rasgando-o gradativamente ao meio. 

Patas de Gato


Este instrumento muito parecido com uma pata de gato de garras afiadas e muito longas foi brutalmente utilizado para esfolar a vítima. Por causa da dimensão das garras, músculos e ossos não eram obstáculo nesta bárbara tortura. A pata do gato era naturalmente usada com as vítimas amarradas pelas mãos e pelos pés.

Mesa da Evisceração


O condenado era preso sobre a mesa de modo que mãos e pés ficassem imobilizados. O carrasco, manualmente, produzia um corte sobre o abdômen da vítima. Através desta incisão, era inserido um pequeno gancho, preso a uma corrente no eixo. O gancho (como um anzol) extraía, aos poucos, os órgãos internos da vítima à medida que o carrasco girava o eixo. Esta agonia podia prolongar-se por horas e até dias. Quanto mais tempo demorasse a morte, ou seja, quanto mais o condenado sofresse, maior seria considerada a perícia do verdugo.

Pêndulo


Um dos mecanismos mais simples e comuns na Idade Média. A vítima, com os braços para traz, tinha seus pulsos amarrados (como algemas) por uma corda que se estendia até uma roldana e um eixo. A corda puxada violentamente pelo torturador, através deste eixo, puxava a pessoa do chão, o que deslocava os ombros e provocava diversos ferimentos nas costas e braços do condenado.
Também era comum que o carrasco elevasse a vítima a certa altura e soltasse repentina- mente, interrompendo a queda logo em seguida. Deste modo, o impacto produzido provocava ruptura das articulações e fraturas de ossos. Ainda, para que o suplício fosse intensificado, algumas vezes, amarrava-se pesos às pernas do condenado, provocando ferimentos também nos membros inferiores. O pêndulo era usado como uma "pré-tortura", antes do julgamento.

Crocodile Shears


As Crocodile Shears eram um instrumento de tortura utilizado na Europa medieval e, normalmente reservado para aqueles que tentavam assassinar o rei. As Crocodile Shears eram um par de lâminas que, quando fechadas juntas, formavam um tubo longo e estreito. O interior das lâminas eram generosamente alinhados com  espinhos, como dentes de crocodilo. Depois de ser aquecida em brasa, as Crocodile Shears eram aplicadas no pênis ereto, que uma vez expostos a uma quantidade suficiente de tensão eram arrancados do corpo do prisioneiro, ocasionando, no mínimo, em um sangramento severo.

O Touro de Bronze

Esse instrumento de tortura foi desenvolvido ainda na Grécia Antiga, por tanto é o único do post que não foi utilizado pela Inquisição, mas está aqui pois é um dos mais interessantes. O Touro foi criado por Periollos de Atenas, uma das primeiras pessoas a desenvolver a arte de moldar o bronze. Ele, porém, usou seus conhecimentos para criar um dos mais horripilantes instrumentos de tortura, o qual era constituído por um touro feito de bronze grande o bastante para caber uma pessoa deitada lá dentro. Embaixo do touro havia uma porta para que o condenado fosse introduzido no seu interior e, em seguida, a porta era fechada e um carrasco acendia uma espécie de fogueira por debaixo do touro fazendo com que esse ficasse vermelho de tão quente. O condenado morria assado dentro do instrumento de tortura e Periollos ainda teve o cuidado de abrir orifícios na boca do touro para que quando o condenado gritasse, o som soasse como um touro furioso.

18 comentários:

  1. Lol... n sei se a forma de fazer um ser humano sofrer esta igual ou pior do q antes...
    u_u

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  2. Credo , é ainda tem gente que reclama de ter nascido agora , a nossa maior tortura e o funk rs ! muito horrivél.

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  3. só de olhar eu já sinto dor imagine se eu estivesse lá!

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  4. Gabriel França, primeiramente parabéns pelo seu blog. Não faz muito tempo que eu te encontrei na internet, mas aqui tem exatamente as coisas que eu mais pesquiso (em minhas horas vagas), tudo publicado em textos muito bem elaborados! Parabéns.
    Eu adorei este post, pois há tempos que eu venho pesquisando várias coisas aleatórias e uma delas foram os intrumentos de tortura. E aqui quase todos os instrumentos eu ainda não conhecia, o único que eu já conhecia era o touro em que queimavam as pessoas dentro (assim espero). Agradeço por tornar minhas horas vagas mais interessante!

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  5. Olá Gabriel
    Marquei esta tua postagemem meu blog, pois estou falando sobre Pena de Morte com meus leitores e quis deixar lá um pouco do que o ser humano é capaz de fazer.
    Gostei de tes espaço.
    Elisabeth Lorena Alves

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  6. achei ótima esse post.
    muito bem explicado.mas só vou acrescentar uma coisa que acho importante,o criador do touro de bronze,foi morto por sua própria invenção o rei mandou colocá-lo dentro pra testar se realmente funcionaria.que ironia heim... adorei seu blog abraços

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  7. Não sabia disto, "Unknow". Vlw por completar o post :)

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  8. isso da ate um incentivo para frequenta a igreja não é ? so ateu pq assim como na era da grecia antiga acreditavam-se em deuses mais foi provado que éra mito , eu n acredito em um deus que ate hoje a igreja diz existir .

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  9. No mangá Berserk é mostrado muito sobre isso!!

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  10. É realmente aconteciam coisas horríveis naquele tempo...e nesse.

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  11. Gabriel, para este post ficar completo mesmo, só faltou o empalamento, o corta-joelhos, a esfola, o método do rato, a tortura do caixão, o tubo do crocodilo, a guilhotina, o caldeirão de óleo fervente, a morte na fogueira, o breast torture, as botas, a tortura pela água, as máscaras da o infâmia, o garrote, a caixinha para as mãos, a cegonha, o esmaga-polegar, o machado, a punição dos pés, a morte pela espada, a forca, a caixa da vergonha (onde o acusado ficava nu e era preso em uma caixa que era levantada e exposta ao publico)... Quanta coisa de fora, não?

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  12. Por essas verdades é que não acredito nas mentiras da igreja catolica.

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  13. nossa q horror n gostaria de estar em seu lugar mas ta né .
    n sei quem gosta de fazer as pessoas sofrerem assim e para o criado da pagina mais uma das coisas q faziam é q se a pessoa n confessasse ela era morta na fogueira(queimada viva).

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  14. Os protestantes tambem fizeram e so pesquisa

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  15. Cada tempo tem seus tipos de torturas e também torturadores. Hoje não é diferente. Mudaram os métodos. A intenção talvez seja a mesma. Muito bom seu blog. Excelente mesmo.Parabéns!

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  16. o melhor blog que ja vi muito interessante

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  17. Ser crente nos dias de hoje é muito fácil, queria ver ser crente de verdade naqueles tempos.

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  18. Em um restaurante famoso do Rio de Janeiro (fica no Leme), tem um exemplar de uma cadeira de espinhos em seu acervo. Vou publicar uma foto dela em meu Instagram MAUTESIPHOTOS.
    Ps: parabéns pela matéria.

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