sexta-feira, 27 de julho de 2012

Orfeu e Eurídice


Orfeu era filho do deus Apolo e da ninfa Calíope; recebeu de seu pai uma lira de presente e aprendeu a tocá-la com tal perfeição que nada podia resistir ao encanto de sua música. Até mesmo as feras mais selvagens amenizavam sua ferocidade diante do som extraído deste instrumento, que praticamente as hipnotizava.

Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice era tão bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela pisou em uma serpente, que a picou e provocou sua morte.

Orfeu ficou transtornado de tristeza e, depois de passar horas chorando e tocando músicas tristes em sua lira, resolve tomar uma atitude: ir até o Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta. Lá, o amante leva Caronte a guiá-lo pelo Rio Estige sem nem precisar pagar as duas moedas que o barqueiro tanto exigia, satisfazendo-o apenas com o doce som de sua lira; amansa até mesmo Cérbero, o terrível cão de três cabeças que guarda as portas infernais; ameniza as torturas das almas exiladas; e, finalmente diante de Hades, arranca lágrimas do próprio soberano dos desprovidos de vida, o qual, diante dos apelos da esposa Perséfone, permite que Orfeu vá buscar Eurídice, mas impõe uma condição: a jovem retornaria com Orfeu ao universo dos vivos, desde que o amante não olhasse para sua amada até estar novamente sob o Sol.

Orfeu consegue resistir através de túneis sombrios e difíceis de atravessar, e já estava quase chegando à esfera iluminada quando, para ter certeza de que a esposa estava logo atrás, ele olha para trás e a espia por um instante. Neste momento, Eurídice se transforma novamente em um espectro, lança um último grito e é sugada de volta ao mundo dos mortos.

Orfeu se desespera, e permanecendo sete dias ao lado do lago, em jejum, ele se converte em um ser devorado pela angústia e rejeita as outras mulheres; Cansadas de serem menosprezadas, as malucas Mênades, cortam seu corpo em pedaços e lançam sua cabeça no Rio Hebrus. Agora no reino dos mortos, o amante se reúne eternamente a sua amada Eurídice. As assassinas são punidas pelos deuses, transformando-se em sólidos carvalhos.

domingo, 15 de julho de 2012

Edward Gein, o psicopata que inspirou o filme "Psicose"

Oi pessoal, voltei! Desculpem o sumiço, é que deu um probleminha e por enquanto estou sem internet =/ 

Eu adoro psicopatas! Este que vocês vão conhecer neste post, o Edward Gein, é um dos meus favoritos e também um dos mais famosos. Com sua incrível história, ele serviu de  inspiração para o enredo de grandes filmes como Psicose, O Silêncio dos Inocentes e O Massacre da Serra Elétrica


Edward Theodore Gein, mais conhecido como Ed Gein, nasceu em 27 de agosto de 1906 na cidade de Plainfield, Winsconsin, EUA. Ed tem o perfil típico de um psicopata. Durante a infância, ele e seu irmão Henry, eram constantemente insultados por sua mãe Augusta, extremamente religiosa, que sempre os impedia de ter amigos e de manter qualquer contato com mulheres, pois ela o ensinou que todas as mulheres eram prostitutas e que sexo era um pecado, se não fosse feito apenas para procriação. Augusta dizia ainda que o mundo era um lugar imoral, que a bebida era demoníaca (seu marido, George, o pai de Ed, era alcoólotra e ela o odiava) e sempre reservava algum tempo, durante a tarde, para ler a Bíblia para os filhos, escolhendo partes do Antigo Testamento sobre morte, assassinatos e castigos divinos. Enquanto Ed, apesar de tudo, amava Augusta incondicionalmente, Henry não aceitava o modo como era tratado e vivia brigando e discutindo com ela.

Certo dia, Ed e Henry tentaram apagar um incêndio no celeiro da fazenda em que viviam. Henry teria morrido queimado, mas há suspeitas de que ele tenha sido a primeira vítima de Ed, que teria matado o irmão por ele viver brigando com a mãe.

Após a morte da mãe, do irmão e do pai - que faleceu de enfarto - Ed ficou completamente sozinho e transtornado (principalmente pela morte de sua mãe) e não demorou para ele começar a praticar toda a sua loucura. Ed começou a desenvolver um interesse doentio pela a anatomia feminina e logo dedicou-se a ir à noite em cemitérios para desenterrar corpos de mulheres para mutilá-los.

A polícia suspeitou do envolvimento de Ed no desaparecimento de Bernice Worden, em 1957. Entraram na propriedade de Ed à noite e descobriram o cadáver de Worden. Tinha sido decapitada, o seu corpo estava suspenso de pernas para o ar, preso pelos tornozelos. O seu tronco fora rasgado da vagina até o pescoço e estava vazio, com todos os órgãos retirados. Estas mutilações ocorreram depois da sua morte, causada por vários tiros.

Cadáver de Bernice Worden

Crânio serrado que Ed utilizava para tomar sopa

Foram encontrados ainda alguns "artefatos" bizarros na fazenda de Gein: Braceletes, meias, um tambor, um abajur e uma cadeira feitos de pele humana; Um crânio usado como tigela de sopa; Quatro narizes num copo de cozinha; Um coração humano no forno; Um cinto feito de mamilos; Partes de diversos órgãos humanos na geladeira, extraídos de aproximadamente quinze corpos diferentes. Os policiais também descobriram uma caixa de sapatos cheia de genitálias femininas conservadas em sal, inclusive a de sua mãe, que estava pintada de prateado. 

O que mais chocou os policiais foi uma "fantasia de mulher" que Ed vestia para "mudar de sexo". Ela era feita com a pele do cadáver de sua própria mãe! Para completar a caracterização, Gein botava a genitália de sua mãe dentro de calcinhas que ele usava, e também arrancava cuidadosamente a pele facial de corpos femininos para usar como máscaras.

Uma das máscaras feitas de pele humana usada por Ed Gein

Além de Bernice, Gein também admitiu que matou Mary Hogan, desaparecida desde 1954. Como foram só dois assassinatos, Ed não se enquadra na definição de "serial killer", mas é, sim, um psicopata. Ele negou ter tido relações sexuais com os cadáveres, porque, segundo ele, "cheiravam demasiado mal". Ed foi considerado pelo tribunal como mentalmente incapaz. Em 1968, foi transferido para um hospital psiquiátrico, onde morreu em 1984, vítima de parada cardíaca.

Art Schley, um dos policiais que interrogou Ed, o agrediu fisicamente, esmurrando a sua cabeça e empurrando o seu rosto contra um tijolo, o que tornou o primeiro depoimento de Gein inadmissível. Schley morreu com um ataque cardíaco um mês depois de testemunhar no julgamento de Ed. Os seus amigos afirmam que Schley estava traumatizado pelo horror dos crimes.

Também gosta de psicopatas? Como vocês já devem ter percebido, eu separei um espaço só para eles aqui no blog, com a criação de mais uma nova categoria só sobre esse tema que eu adoro. Passe lá e confira mais!

O Toque de Midas

Certa vez Dionísio, deus do vinho, deu por falta de seu mestre e companheiro fiel, Sileno. O velho andara bebendo como sempre e, tendo perdido o caminho, foi encontrado por alguns camponeses que o levaram ao seu rei, Midas. Midas reconheceu-o, tratou-o com hospitalidade, conservando-o em sua companhia durante dez dias, no meio de grande alegria e fartura.

No décimo-primeiro dia, o rei levou Sileno de volta e entregou-o são e salvo a Dionísio. A alegria do deus ao reencontrar Sileno foi enorme e, para comemorar, ele deu uma festa regada a muito vinho e cantoria. Quando as danças finalmente cessaram, Dioniso disse que desejava agradecer a Midas e propôs satisfazer qualquer desejo do rei, qualquer um. O ambicioso Midas, mesmo já sendo muito rico, pediu que tudo em que tocasse imediatamente se transformasse em ouro. Dionisio consentiu, embora pesaroso por não ter ele feito uma escolha melhor.

Midas seguiu caminho, alegre com o poder recém-adquirido que se apressou a experimentar. Mal acreditou nos próprios olhos quando tocou numa simples mesa de madeira, que se transformou em ouro maciço. Segurou uma pedra; ela mudou-se em ouro. Pegou um torrão de terra; virou ouro. Colheu um fruto da macieira; e parecia até que ele havia furtado do jardim das Hespérides. Maravilhado, Midas ficou frenético. Saiu tocando em tudo o que estava a seu alcançe. Em pouco tempo, tudo quanto era enfeite, móvel, as próprias colunas do prédio, as árvores do jardim... Ouro puro, brilhante, cintilante. De longe dava para ver o palácio de ouro de Midas, faiscando sob os raios do sol.

Sua alegria não conheceu limite e Midas ordenou aos criados que servissem um magnífico banquete para comemorar. Então verificou, horrorizado, que, se tocava o pão, este enrijecia em suas mãos; Carne, frutas suculentas, queijos deliciosos... se levava qualquer comida à boca, seus dentes não conseguiam mastigá-la. Chamou os empregados para ajudá-lo, mas todos se afastavam dele. Quando sua filha chegou ao palácio e, sem saber de nada, o enconstou, também se transformou em ouro, para desespero de Midas.

Então Midas, angustiado de fome e solidão, agora detestava o dom que tanto cobiçara. Começou finalmente a refletir e percebeu que o poder que ele escolheu o condenava a uma morte rápida. Apavorado, ergueu os braços numa prece a Dionísio e, chorando, implora ao deus para que o livrasse daquela destruição fulgurante. Dionísio, divindade benévola, o ouviu e consentiu. "A água corrente desfaz o toque ", disse-lhe Dioniso,"mergulha o que tocastes num rio, e os objetos em que tocaste voltarão a ser o que eram". Midas correu a cumprir o que dissera o deus do vinho e, com a água do rio Pactolo, que colheu num jarro, foi banhando todos os objetos em que tocara, restituindo-lhes a natureza primitiva, a começar pela própria filha, que ele, então, pôde abraçar sem perigo de torná-la de ouro. Dizem que Midas, ao se abaixar para colher a água na margem do rio, tocou na areia com as mãos e que, por isso, até hoje, as águas do rio Pactolo correm sobre areias douradas.


Depois de uma aventura tão desastrosa, Midas devia ter aprendido a ser mais cuidadoso com os deuses, mas não aprendeu e meteu-se em outra enrascada. Depois dos acontecimentos com seu toque de ouro, Midas passou a odiar a riqueza e o esplendor e mudou-se para o campo, onde passou a cultuar Pã, o deus da natureza. Certo dia, Midas ousou afirmar que a flauta tocada por Pã era muito mais melodiosa do que a harpa tocada por Apolo. Quando o deus da música soube disso ficou furioso e castigou aquela afronta fazendo as orelhas de Midas crescerem longas e peludas, como as orelhas de burro. Para ocultá-las, o rei colocou na cabeça um turbante.

Depois de um ano, o cabelo do rei tinha crescido tanto que ele precisou chamar um barbeiro ao palácio. Com ar ameaçador, Midas conduziu o homem a uma sala sem janelas e fechou a porta com chave. Quando tirou o turbante e deixou as longas e peludas orelhas à mostra, o barbeiro ficou muito surpreso com o que viu, mas Midas avisou-o que aquilo era segredo e o ameaçou caso contasse para alguém. O barbeiro então começou a trabalhar com suas tesouras como se nada notasse de diferente.

Porém, pouco a pouco aquele segredo começou a pesar tanto para o pobre barbeiro que ele acabou ficando mais infeliz do que o rei orelhudo. Precisava contar aquilo para alguém, dividir aquele peso insuportável, aliviar sua mente, mas temia ainda as ameaças do rei. Continuou a sofrer até que um dia teve uma inspiração. Afastou-se o máximo que pôde da cidade e, lá longe, na curva deserta de um rio, cavou um buraco na margem, ajoelhou-se na areia úmida e sussurrou dentro do buraco três vezes: "O rei Midas tem orelhas de burro".

Aliviado, repôs a terra cuidadosamente, cobrindo assim as perigosas palavras que tinha proferido e retornou em silêncio para casa. Mas bem ali, naquele ponto onde cavou o buraco, algum tempo depois nasceu uma planta que, na primavera seguinte, quando o vento agitava suas hastes flexíveis, estas faziam um barulho que parecia reproduzir o segredo que tinha sido confiado à terra: "Midas tem orelhas de burro". O vento espalhou aquele segredo por todo o reino. Logo, ouvia-se falar até na cidade e depois de algumas horas, todo mundo falava sobre as orelhas do rei e davam muitas risadas sobre o caso. O pobre Midas caiu no ridículo e passou a viver para sempre trancado em seu palácio, lamentando, mais uma vez, não ter tido prudência e bom senso. Mas já era tarde.